Na medida em que a pandemia de Covid-19 se torna mais branda em todo o Brasil, deixando um saldo de quase 700 mil óbitos, algumas sequelas têm representado um desafio a mais para profissionais de algumas áreas correlatas da Saúde, como é o caso da Psicologia e da Fisioterapia.
No tocante à Psicologia, a preocupação dos especialistas, de uma forma particular, são os problemas emocionais que afetaram especialmente crianças e adolescentes, que sentiram o impacto do fechamento das escolas, com o consequente afastamento do convívio social dos colegas, e, nos casos mais dramáticos, a perda de familiares pela doença. O estado de São Paulo foi um dos que buscaram introduzir na rede estadual de ensino uma assistência para esse tipo de público na área da Psicologia, usando ferramentas digitais para realizar esse acompanhamento.
A novidade em Mogi Mirim diz respeito a uma iniciativa para complementar o trabalho de apoio realizado pela Secretaria Estadual de Educação. A COMARCA apurou que tratativas neste sentido vêm sendo mantidas entre uma escola da rede estadual e gestores do Núcleo de Psicologia Aplicada (NPA) da Faculdade Santa Lúcia, uma iniciativa do curso de Psicologia que oferece, desde março, apoio psicológico gratuito para a população, com participação de alunos e alunas estagiários e supervisão do corpo docente da faculdade.
Quem está à frente das tratativas é a professora doutora Maria Eduarda Silva Leme, coordenadora do curso de Psicologia. Ela revela que o núcleo foi procurado por colaboradores da escola (cujo nome prefere preservar, no momento) que relataram ter percebido que muitos estudantes não administraram bem a questão do distanciamento social e começaram a apresentar sintomas de ansiedade e depressão.
A coordenadora relata que, após as primeiras conversas, já foi possível elaborar o esboço para um plano de atendimento que seria realizado às sextas-feiras, na sede do núcleo, na Rua 1º de Maio, 74, no Centro. A professora Maria Eduarda revela que, no atual estágio, o NPA já dispõe das condições necessárias para a implementação de um projeto piloto no atendimento desta demanda específica, o que permite vislumbrar, em caso de necessidade, a ampliação do atendimento para o público de outras escolas.
DIFICULDADE
A maior dificuldade, conforme mencionou, diz respeito à necessidade de locomoção dos alunos que receberão o atendimento. “Esbarramos na necessidade de transporte desses alunos da escola até o núcleo, problema este que estamos tentando resolver buscando ajuda junto ao Poder Público municipal. Tão logo tenhamos solucionado esta questão, teremos como dar andamento ao projeto e anunciar de forma oficial o início do atendimento”, projetou.
Fonte: Jornal A Comarca
